blog abril 2021 - astro

Dicas imprescindíveis para sobreviver no mercado da musica

No texto deste mês vamos dar cinco dicas pra você, que é artista, ou músico, ou produtor, ir flutuando com desenvoltura pela indústria fonográfica e o show bis nacional.

1 – “O combinado nunca é caro” — Não adianta o artista combinar com você uma parceria, sabendo de suas possibilidades, e depois dar uma de maluco e dizer que “nada aconteceu com a música dele, de que adianta a griffe se não viramos hit” e meter esse blá blá blá. É uma grande bobagem e, com isso, só fecha portas. Com marketing ou sem marketing, nem todo produto se estabelece e isso faz parte do processo seletivo natural da indústria da música. Se a pessoa te disser que a experiência pra ele (artista) não foi boa, apenas lamente e mostre definitivamente tudo que você fez e a energia que você desprendeu para ele, naquele trabalho. Promova o desligamento e siga em paz.

2 – “Não deixe que as pessoas questionem o seu modelo de negócio” — Se você já fez diversos negócios, tem expertise, sabe o que quer e pra onde está indo, não deve deixar que qualquer pessoa (artistas, parceiros, investidores, produtores) desqualifique ou questione sua forma de trabalhar. Se for honesta, siga em frente. Muitas vezes as pessoas se aproximam para colher fundamentos e promover dúvidas, o que pode confundir você e sua equipe. Principalmente se você tiver o perfil como o nosso, de ouvir e levar a sério as pessoas. Esteja forte para lidar com as almas sebosas, tipificá-las e afastá-las, se possível for. Caso não consiga estar longe, não dê intimidade e fale somente o indispensável para trabalhar.

3 – “Amigos podem não ser tão amigos assim” — Na luta pela conquista de contratos e a sobrevivência com destaque na indústria vemos desde produtos de má qualidade artística (e às vezes ótima qualidade técnica) e muita gente pensando apenas no chart. Por isso, se você, artista, não assinar seu contrato de exclusividade com o produtor e tiver tudo bem acertado, quem esta na indústria pode ir atrás de outro artista que arrume menos empecilho. Ou você pode receber outra oportunidade, gerando ruído e insegurança no seu produtor. Como o mercado é pequeno, será oferecida justamente por pessoas da indústria que você conhece e que andam com você ou vivem nas suas redes sociais. Amigos são diferentes de colegas. Se for seu amigo, vai dividir com você e fazer uma parceria. Mas se for apenas aquele ‘colega que parece amigo’ pode se tornar concorrente. Escolha bem as pessoas com quem você quer trabalhar para não gerar frustrações à toa. A gente aqui aprende todo dia, ou com decepção ou surpresas positivas. Vale também criar um formato onde artistas não são seus exclusivos e, sim, convidados de projetos – como fizemos nos nossos Vale A Pena Gravar De Novo e Astronauta Singles.

4 – “Faça parcerias para otimizar os custos” – Nem todo mundo que tem um estúdio de gravação, tem um selo. Nem todo selo é proprietário de estúdio de gravação. Nem todo dono de selo é engenheiro de áudio. Já pensou em fazer joint ventures para melhor seguir com seu negócio, ter uma redução drástica de custos e uma remuneração até melhor lá na frente (caso seu produto emplaque, é claro!)? A melhor maneira de fazer isso é formar equipe com parceiros competentes, já dispostos a arrecadar royalties futuros com você e o artista. Assim a roda gira e a possibilidade de sucesso se abre, mesmo sem um investimento prévio muito grande.

5 – “Evite lançar produtos sem trabalhar o marketing” – Sim, um selo precisa existir e seguir lançando seus produtos, mesmo que ele vá para o catálogo sem muito giro. Lembre-se que hoje em dia os fonogramas podem surpreender, sendo usados anos depois em campanhas e sincronizações. Nunca um trabalho lançado é perdido, já que ele fica para a posteridade. Mas “lançar por lançar” qualquer pessoa pode fazer, pagando uma taxa de agregadora e aprendendo a ser autogestor. Não é disso que falamos aqui, e sim da profissionalização e do acesso à industria major. Quando não há marketing, em geral tornam-se “lançamentos KGB” e ninguém percebe. Pra que e pra quem você faz música, não é para atingir grande numero de pessoas? Evite lançar seu produto sem alguma verba, por menor que seja. Seja criativo nas redes sociais, crie campanhas, engaje fãs e saia do lugar onde você estava ontem.

Sigamos em frente que o mercado ainda vai crescer muito nas próximas décadas, durante a pandemia só no Brasil foram 17% e o streaming ainda é um ambiente de crescimento. Cuidem-se e saúde! Até mês que vem!

TRILHA SONORA DO POST

Comunicação” (Edson Alencar/Hélio Matheus), com Elis Regina. Parte integrante do álbum “… Em Pleno Verão” (1970), com direção e arranjos de Erlon Chaves e produção de Nelson Motta.  Lançado originalmente pela Phillips.

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