Estamos vivendo na indústria do entretenimento ao vivo o colapso total dos shows. Quando eles voltarem pós-pandemia, todo mundo vai querer tirar esse atraso. Embora estejamos vivendo uma explosão da “geração megapixel” ou “geração algoritmos”, o valor da experiência de um show ao vivo continua sendo único como sempre foi – para quem viveu essas experiências e para quem ainda vai conhecer.
Lembram da mudança do CD para o MP3 baixado de graça no Napster? Não? Se você não viveu esta época, saiba que durou uma década e meia para a indústria se reinventar no streaming! É difícil mudar o comportamento das pessoas que baixavam músicas sem pagar, e ensiná-las a remunerar a cadeia produtiva através de uma assinatura de conteúdo. É uma mudança estrutural, como na época do CD. Ou na época do K7 e do vinil. Foi uma grande disrupção.
Portanto, faça as suas lives, se achar que o caminho é este. Bom gosto ajuda. A febre das lives não é boa nem má, é um momento. Aposte na qualidade de sua composição melódica, no conteúdo de sua letra. Use a obra para dizer o que sente, como um canal de arte e comunicação. Tocando um violão ou teclado sozinho, ou mesmo com músicos respeitando as regras da quarentena. Procure mecanismos novos como o www.livedub.app. As ferramentas você tem no seu celular.
O fã quer ver o artista de forma mais crua, espontânea. Se você é artista novo e ainda não tem base de fãs, imagine que tem e faça como se estivesse numa live para um público gigantesco. Cada live ou apresentação sua será melhor que a outra, naturalmente. Grave-as. Mantenha-as disponíveis, se for o caso. Tente manter uma periodicidade, semanal ou quinzenal no mínimo. Este acesso à intimidade do artista não existia desta forma antes. Então a indústria está estabelecendo modelos para as lives ao longo do caminho. A pandemia aconteceu muito de repente e o mercado está se adaptando. Algumas lives vão ficar no ar, outras serão temporárias. Algumas são beneficentes e, outras patrocinadas.
Vão existir sempre diferenças entre lives e shows. A começar que live é digital e show é físico. Mas mesmo que o show físico vire um audiovisual (DVD), não é uma live. Vá se acostumando com a diferença!
Até a nossa próxima viagem! #fiqueemcasa