Eu sempre fui jornalista e costumava, nos anos 90, criticar as bandas que mandavam suas demos. Eu e o Marcos Petrilo, do International Magazine. A coluna era a Tangerina. Depois disso, com esse expertise, me tornei produtor e fui pra uma grande gravadora da época, a PolyGram – usar esses meus contatos com as bandas novas e tal. Também quero dizer com isso que antes era novinho e hj, com mais de 40, um quase-velho. Mas antenado, haha.
A gente nem precisa ser “do mercado” pra entender que as grandes gravadoras, seus investidores e gestores, buscam originalidade. A tendência. A música do futuro. O que hoje é desconhecido e amanhã será aclamado. Nos mais diversos gêneros e estilos, é isso que se busca! Onde isso está? No underground, invariavelmente, nos indies.
Por isso é tão importante que, de temporada em temporada, apareçam lançados pela DGC/Universal (David Geffen Company) bandas como Guns’n’Roses e Nirvana. Onde eles estavam antes? Pelo menos o Nirvana num selo pequeno, o SubPop. Que ditava as tendências do rock grunge que surgia em Seattle.
Portanto, gente, o mercado nunca vai matar a verdadeira música.Os selos podem ser parceiros de multinacionais, sim, e venho dizendo isso com tranqüilidade faz tempo. Ninguém vai mudar sua música, como antigamente alguns (maus) executivos de gravadora tentaram com Raimundos, Planet e etc. Aquela feita com o corpo, a alma e o coração, sempre sobressairá! Com influencias de boas leituras, de boas exposições, de teatro de qualidade, reportagens e análises. Toda essa união de coisas é que forma um artista! Se importe mais em absorver conteúdo e conhecimento para gerar conteúdos próprios ainda melhores.
Mais uma dica que me ocorreu escrever estas mal traçadas linhas. Espero ajudar!
Até a próxima viagem!